Mãe de três filhos fecha diagnóstico de dois deles e destaca importância da Triagem Diagnóstica de Autismo na Justiça Federal
Patrícia Andrade é mãe de três filhos, dois deles diagnosticados com autismo
Crédito da foto: Secom JFAL
A cada edição da Triagem Diagnóstica de Autismo, realizada pela Justiça Federal em Alagoas (JFAL), chegam relatos que confirmam a dificuldade para famílias com parentes que buscam atendimento para parentes com suspeita do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Pelo quarto ano seguido, a instituição realiza o atendimento, voltado para famílias de baixa renda e os relatos se repetem. É o caso de Patrícia Andrade, residente no município de Rio Largo, região metropolitana de Maceió.
Assim que soube do período de inscrições para a triagem de 2025, na primeira semana de abril, Patrícia reuniu os documentos necessários. “Tenho três filhos, com 10, outro com 6 e o caçula, com 4 anos de idade. O mais velho já tem o diagnóstico de autismo, que consegui aqui mesmo na Justiça Federal. Foi um abrir de portas para conseguir a assistência de que ele necessita”, relata. “O caminho é muito longo para conseguir o atendimento, principalmente para quem não mora na capital. Em Rio Largo, o atendimento pelo SUS é ainda mais demorado porque somente uma médica analisa os casos, apenas uma vez por semana”, complementa. Após o atendimento, neste sábado, 26, na JFAL, ela fechou o diagnóstico da criança com 6 anos. “Tenho observado e acho que o caçula também tenha o transtorno”, suspeita ela.
Primeiro passo
A mãe das crianças lembra que, muitas famílias com casos semelhantes aos dos seus filhos acreditam que o diagnóstico é a etapa final do processo de cuidado e atendimento. “Sempre digo que, na verdade, é o primeiro passo. É uma luta para o resto da vida. Para se ter um exemplo, não consigo trabalhar. E o motivo é a necessidade de acompanhamento dos meus filhos em suas terapias. Até mesmo na escola, precisei argumentar bastante para garantir a presença de um acompanhante em sala de aula. Ameacei até mesmo recorrer à Justiça para garantir esse direito”, acrescenta.
Patrícia buscava atendimento na fila de espera do SUS havia três anos
Crédito da foto: Secom JFAL
Antes de participar da Triagem Diagnóstica de Autismo promovida pela Justiça Federal, Patrícia Andrade buscava atendimento na fila de espera do SUS havia três anos. Após fechar o diagnóstico, na JFAL, saiu em busca do amparo dos demais serviços ofertados por outros órgãos públicos, a exemplo de terapias e de documentos. “Queria que essa ação acontecesse aqui, mais de uma vez por ano”, agradece Patrícia Andrade, com a esperança de que outras mães carentes consigam o apoio necessário para seus filhos. A Triagem Diagnóstica promovida pela JFAL é organizada pela Comissão de Acessibilidade e Inclusão (CAI) e conta com o apoio de médicos que atendem voluntariamente no dia, além da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), Prefeitura de Maceió, Governo do Estado, Sindicato dos Advogados, Cesmac e clínicas Integração e Ciclos.
Pessoas com TEA e suas famílias têm direito a diversos benefícios legais, como prioridade no atendimento, isenções fiscais e benefícios previdenciários e assistenciais, garantidos por normas como a Lei nº 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, e Lei Brasileira de Inclusão, n ° 13.146/2015.