Projeto Vozes realiza escuta acolhedora de trabalhadores por aplicativos no auditório da Justiça Federal em Alagoas

Secom JFAL

Trabalhadores apresentaram demandas durante escuta acolhedora no auditório da JFAL
Crédito da foto: Secom JFAL

Construção de pontos de apoio e de descanso, oferta de seguro contra acidentes, maior ajuda governamental e amparo por parte das empresas de aplicativos de delivery. Estas foram as principais demandas apresentadas pelos trabalhadores dessa categoria, que participaram da escuta acolhedora, realizada na tarde desta quarta-feira, 3, no auditório da Justiça Federal em Alagoas (JFAL). A iniciativa, promovida de forma conjunta entre a instituição, a coordenadoria de Direitos Humanos do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT da 19° Região); Superintendência de Trabalho e Emprego (MTE) em Alagoas; e a Comissão de Direito Sindical e Associativo da OAB-AL, faz parte do Projeto “Vozes: narrativas sociais e diálogos com o Sistema de Justiça”.

Quem mais destaca a necessidade de oferta de seguro contra acidentes é Nicolas Canton. Trabalhador de aplicativos de entrega há cinco anos, ele relata que, nos casos de sinistros, quando há questionamento por parte do trabalhador, a reação das empresas é de bloqueio e até mesmo exclusão de conta. “As empresas não dão suporte. Quando estamos na rua somos apenas nós e Deus”, afirma. o relato foi confirmado por outros trabalhadores. Com taxa de remuneração que varia entre R$ 5 e R$ 7 por entrega, os trabalhadores dizem que não são reconhecidos nessa categoria.

Secom JFAL

Iniciativa realizada no auditório da JFAL reuniu representantes de vários órgãos
Crédito da foto: Secom JFAL

É o que afirma Telvis Santos. Alagoano de nascimento, ele explica ter iniciado a atividade com aplicativos de entrega na capital paulista. “São Paulo e Maceió têm realidades diferentes, mas nesse quesito, o olhar é o mesmo. Tanto lá quanto aqui, não somos vistos como trabalhadores, mas como informais ou até mesmo, marginais”, considera. Os trabalhadores também relataram o caso de um colega que morreu no trânsito. Ao buscar o amparo da empresa, a família teve negado o pedido de indenização de R$ 50 mil, apesar de a companhia prometer seguro de vida.

Diante dos relatos, o juiz federal Antônio José de Carvalho Araújo, coordenador do Projeto Vozes, considera a escuta na JFAL o primeiro passo para o encaminhamento de ações. “Essa falta de apoio para descanso dos trabalhadores é algo preocupante, especialmente para as mulheres. Conjuntamente, podemos buscar o apoio do Executivo para algumas dessas demandas”, sugere o magistrado.

Secom JFAL

Juiz federal Antônio José Araújo destaca que a escuta é o primeiro passo para o encaminhamento de ações
Crédito da foto: Secom JFAL

A pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Clarissa Tenório Maranhão, adiantou que a instituição está do lado da categoria e propõe um possível projeto de extensão, para estudar a realidade dos trabalhadores e servir como apoio para as demandas junto aos órgãos oficiais. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores em Alagoas (CUT/AL), Luciano Santos, a realidade dos trabalhadores de empresas de aplicativos é de racismo. Ele destaca a escuta acolhedora realizada no auditório da JFAL como extremamente importante, por promover a exposição de das dificuldades de uma categoria que, muitas vezes, é lembrada apenas quando o consumidor faz o pedido de alimento no aplicativo.

Além do juiz federal Antônio Araújo, a escuta acolhedora contou com a presença do desembargador Marcelo Vieira, ouvidor do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região; Cícero Pereira dos Santos Filho, superintendente regional do Trabalho e Emprego de Alagoas; Geraldo Carvalho de Oliveira Neto; presidente da Comissão de Direito Sindical e Associativo da OAB/AL; Pedro Montenegro, coordenador dos Direitos Humanos do JAL; e Mariana Brandão, da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos de Alagoas.

Secom JFAL

Institucional

Carta de Serviços

Concursos e Seleções

Comunicação

Juizados Especiais

Turma Recursal

Transparência

Plantão Judiciário

mapa do site

Este site usa cookies para garantir que você obtenha uma melhor experiência.

Política de Privacidade