Justiça Federal em Alagoas realiza 8ª etapa do Projeto Vozes com foco nos povos indígenas

Secom JFAL

A 8ª edição finaliza a realização do Projeto Vozes em 2025
Crédito da foto: Secom JFAL

A Justiça Federal em Alagoas (JFAL) promoveu, nesta quinta-feira, 18, a 8ª edição do Projeto Vozes: Narrativas Sociais e Diálogos com o Sistema de Justiça. O evento, realizado no auditório da instituição, começou de uma forma diferente. Voltado para ouvir as vozes indígenas, os trabalhos começaram com o toré, uma mistura de ritual, dança e manifestação cultural, presente em diversas etnias do Nordeste e de outras regiões do Brasil. A programação reuniu representantes de diferentes povos indígenas do estado, autoridades e um público diversificado. Os relatos de desafios, perspectivas e demandas sociais resumem as falas dessa comunidade tradicional.

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O momento proporcionou o diálogo entre representantes de diferentes comunidades indígenas e integrantes do poder judiciário
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Coordenado pelos juízes federais Antônio José Araújo e Ângelo Miranda, o projeto busca aproximar o Judiciário da sociedade por meio de rodas de diálogo que privilegiam a escuta ativa e o reconhecimento da diversidade de vozes que compõem Alagoas. Para o juiz Antônio José, o Vozes representa um momento singular de aprendizado mútuo: “Este é um espaço de escuta enriquecedor, em que temos a oportunidade de desfazer conceitos equivocados e compreender com mais profundidade a realidade dos povos indígenas”, considera. “A escuta dos povos indígenas é essencial para compreendermos melhor suas realidades e garantirmos que os direitos previstos na Constituição sejam efetivamente respeitados”, complementa ele. O juiz federal Ângelo Miranda classificou a edição como especial. “Foi a melhor oportunidade para ouvir aqueles que são pouco ouvidos. Esse é o verdadeiro sentido do projeto”, destaca.

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O juiz federal Aloysio Cavalcanti Lima, diretor do Foro, avaliou positivamente a oitava edição do Vozes
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O juiz federal Aloysio Cavalcanti Lima, diretor do Foro, prestigiou a abertura dos trabalhos e destacou a riqueza do momento para a JFAL. Para ele, o momento de escuta é fundamental para o conhecimento dos diversos públicos que já participaram do projeto e os indígenas estão nesse mesmo grau de relevância. No total, dez magistrados prestigiaram o evento, que também contou com os juízes federais Aline Soares Carnaúba; Flávia Hora Oliveira de Mendonça; Gustavo de Mendonça Gomes; Felini de Oliveira Wanderley; Raimundo Alves Campos Júnior; Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho; e Sérgio Silva Feitosa.

Entre os debatedores desta edição estiveram o procurador da República Eliabe Soares da Silva; os representantes indígenas Junior Wassu (povo Wassu-Cocal), Maynamy Xucuru Kariri (superintendente estadual de políticas para direitos dos povos indígenas de Alagoas), Agamenon Toá, coordenador do Território Kampiô e representante do povo Kraunã e Cidinha Katokinn (povo Katokinn); além do professor Jorge Luiz Gonzaga Vieira, coordenador do Núcleo Acadêmico Afro e Indígena em Direitos Humanos do Cesmac.

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Agamenon Toá foi o representante do povo Kraunã e falou sobre lutas e desafios da comunidade indígena
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Entre os depoimentos das lideranças indígenas, o representante do povo Kraunã, Agamenon Toá, ressaltou a importância da terra como elemento central da identidade de sua comunidade. “A terra, para nós, é mais do que um território físico. É uma luta diária pela manutenção de quem somos”, resume. O representante do povo Wassu-Cocal, Júnior Wassu, reforçou a necessidade de uma escuta sensível por parte das instituições. “O sistema de Justiça precisa compreender que nossos territórios são essenciais para a sobrevivência cultural dos povos indígenas”, complementa.

A representante do povo Katokinn, Cidinha Katokinn, chamou atenção para as questões de gênero, ao defender maior espaço para o debate sobre o papel da mulher indígena. “O papel da mulher indígena ainda é muito fragmentado e precisa ser reconhecido em toda a sua importância”, considera. “As comunidades indígenas possuem benzedeiras, parteiras, muito importantes para a constituição de todos os povos. Porém, o olhar da sociedade, muitas vezes, é de desdém”, protesta Cidinha.

Durante o encontro, os participantes abordaram questões como a valorização da cultura indígena, a proteção dos territórios tradicionais, o acesso a políticas públicas e a necessidade de um diálogo constante com as instituições do Estado.

Realizado desde o ano passado, o Projeto Vozes já recebeu marisqueiras e pescadoras; população em situação de rua; famílias de pessoas com síndrome de down; migrantes e refugiados; pessoas com autismo; e aquelas que sofrem preconceito e discriminação de raça ou cor. O objetivo do projeto é oferecer maior visibilidade e compreensão a todos aqueles que atuam no Sistema de Justiça, direta ou indiretamente, sobre as realidades das pessoas e comunidades em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

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