Na Semana de Acessibilidade juiz federal Felini Wanderley compartilha experiências sobre a triagem diagnóstica de autismo para famílias de baixa renda

Juliana Galvão/TRF5

Juiz federal Felini Wanderley falou sobre importância da triagem diagnóstica de autismo
Crédito da foto: Juliana Galvão/TRF5

O último dia de atividades relativas à 3ª Semana de Acessibilidade e Inclusão da Justiça Federal contou com o relato do juiz federal Felini de Oliveira Wanderley, presidente da Comissão de Acessibilidade da Justiça Federal em Alagoas (JFAL). No auditório da instituição, no bairro da Serraria, o magistrado falou sobre a importância da triagem diagnóstica de autismo, realizada pela JFAL para atendimento a famílias de baixa renda. O juiz federal explicou que o principal foco das atividades é realizar o acolhimento destas famílias, independente de diagnóstico.

Motivado pelo diagnóstico tardio de seu filho como pessoa com autismo e a vontade de ajudar o próximo, o magistrado contou que a ideia da triagem surgiu em 2021, e foi implementada no âmbito da Justiça Federal em Alagoas em 2022. “Meu filho tem níveis de suporte dois a três, dependendo das fases em que ele está. Ele foi diagnosticado de forma tardia, isso há 11 anos, quando o conhecimento sobre o autismo não era tão difundido ainda”, detalhou. “Eu já trabalhava no Juizado na época, e percebi um aumento no número de requerimentos do auxílio de Benefício de Prestação Continuada [BPC] para crianças com autismo, e aquilo foi me chamando a atenção”, continuou ele. “Como eu já tinha uma pessoa com autismo em casa, eu marcava muitas audiências para conhecer a realidade daquelas famílias, como se fossem estudos de casos e as questionava sobre terapias e tratamentos”, completou o magistrado.

Juliana Galvão/TRF5

Presidente da Comissão de Acessibilidade da JFAL disse que chamou sua atenção a quantidade de pedidos de BPC
Crédito da foto: Juliana Galvão/TRF5

Ele conta que o projeto surgiu com vistas a garantir os direitos e a celeridade no tratamento das crianças. No entanto, o processo para as famílias conseguirem o diagnóstico acabava por ser moroso. Inquieto, o juiz começou a visitar as instituições e percebeu que haviam longas listas de espera e teve o primeiro contato com a dificuldade de seguir com a iniciativa. Devido a isso, a ação nasceu com a proposta de antecipar o diagnóstico, para que assim possam dar início aos tratamentos das crianças.

O magistrado explica, ainda, a necessidade de acompanhamento de duas pessoas por criança pensando no bem-estar familiar. “É algo pensado para dar suporte emocional, principalmente, para as mães. Muitas vezes elas sabem que os filhos podem ter algo, mas ainda existe uma esperança. E quando o diagnóstico vem, elas, geralmente, desabam emocionalmente. Então, precisamos de alguém para ficar com as crianças, enquanto fazemos o acolhimento dessas mães e as encaminhamos para o atendimento psicológico”, esclareceu o juiz Felini Wanderley.

Painel sensorial

Ao final da explanação, o juiz foi presenteado pelos servidores da Justiça Federal no Rio Grande do Norte (JFRN) com um painel sensorial para crianças com autismo ou algum tipo de transtorno em processamento sensorial. O painel é fruto de oficinas do projeto Recriar, da JFRN, e foi feito pelos reeducandos da instituição com materiais destinados ao descarte, mas que encontraram um novo propósito na promoção da inclusão de crianças com autismo.

Ao finalizar sua explanação, o presidente da Comissão de Acessibilidade da JFAL acrescentou que falar em acessibilidade não é uma missão fácil e nem de interesse de todo o público. Apesar disso, é necessário ter mais empatia e se colocar no lugar do outro e de como este gostaria de ser tratado.

Atualmente, a triagem diagnóstica envolve a Comissão de Acessibilidade e Inclusão (CAI); a Seção de Qualidade de Vida; a de Saúde; e a JFAL Solidária. Quando ocorre, as inscrições são feitas de forma online, e as famílias são selecionadas para os atendimentos considerando a ordem de inscrição, o enquadramento de baixa renda e a ausência de um primeiro diagnóstico. Durante a triagem, são disponibilizados diversos serviços, a exemplo de orientação jurídica, atualizações e retirada de documentos, entre outros.

A programação da 3ª Semana de Acessibilidade e Inclusão da Justiça Federal da 5ª Região chegou ao fim na JFAL com uma roda de conversa promovida pelos integrantes das comissões de Acessibilidade das Seções Judiciárias que compõem a 5ª Região. Nesta quinta e sexta-feira, as atividades serão realizadas em cada uma das Seções Judiciárias Vinculadas.

Secom JFAL

Institucional

Carta de Serviços

Concursos e Seleções

Comunicação

Juizados Especiais

Turma Recursal

Transparência

Plantão Judiciário

mapa do site

Este site usa cookies para garantir que você obtenha uma melhor experiência.

Política de Privacidade
Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.