Triagem diagnóstica atende 25 famílias com crianças identificadas com autismo

A parceria entre a Comissão de Acessibilidade e Inclusão (CAI) da Justiça Federal em Alagoas (JFAL) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL) possibilitou a realização da I Triagem Diagnóstica de Autismo em Arapiraca. Durante toda a manhã deste sábado, 30, houve o atendimento a 25 famílias com crianças com suspeita de autismo, na sede da JFAL, no município do Agreste alagoano. Além do acolhimento, oferecido pela Pestallozzi Arapiraca, as famílias receberam orientação jurídica, amparo psicológico, atendimento médico e acesso a serviços públicos.

O presidente da Comissão, juiz federal Felini Wanderley, destacou o papel social que a triagem desempenha. “Essa ação, que acontece pela primeira vez em Arapiraca, contribui enormemente com a redução da fila de diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista, que é muito grande no estado. Há casos de famílias que esperam por um diagnóstico durante anos, o que prejudica a vida e o bem-estar das famílias e das próprias crianças”, declarou o magistrado.

O presidente em exercício da Comissão da Pessoa com Deficiência da OAB, Julius Schwartz, disse que as famílias selecionadas para a ação responderam a um formulário específico e, com menos de uma semana de divulgação, as vagas foram preenchidas. “A OAB viu a necessidade de trazer essa iniciativa, ainda na triagem diagnóstica realizada em Maceió, no mês de abril”, justifica ele, ao destacar a importância da ação. “Ao tempo em que a OAB agradece o apoio da JFAL e de parceiros, também fica feliz com o resultado e já planeja uma outra etapa futuramente”, promete Schwartz.

A presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/AL, Ireny Karla, participou da ação e trouxe 12 advogados que, durante toda a manhã, atuaram para orientar juridicamente as famílias.

Gratidão

Quem saiu com o sentimento de gratidão após passar pela triagem diagnóstica foi o casal Thaís Cristina Souza e José Danilo Cabral. Eles são pais da pequena Maria Clara, de 3 anos. “Desde quando ela tinha 1 ano de idade, observamos algumas características, como falta de contato visual e de interação. Desde então passamos a buscar o diagnóstico mas não conseguimos. Hoje, nosso sentimento é de gratidão e de felicidade, por termos o laudo médico e, com isso, nos dar a possibilidade de amparo legal na busca de assistência para nossa filha”, relata Thaís.

Natural do Rio Grande do Sul, Alitéia de Souza reside em Arapiraca há um ano e meio, tempo que procurava atendimento para o filho de 6 anos de idade. Atendida na triagem diagnóstica deste sábado, a gaúcha disse estar aliviada. “Porque, com o laudo médico, vou buscar o apoio necessário para meu filho”, disse.

Quase vizinha da Subseção de Arapiraca da JFAL, Airla Pereira Cavalcante tem uma filha de 4 anos. Desde quando identificou os possíveis sinais de autismo na criança, em 2021, buscou amparo do sistema público de saúde, sem sucesso. Com a oportunidade oferecida na triagem diagnóstica da JFAL e OAB, ela disse ter o sentimento de gratidão.

A médica da Seção de Saúde da Justiça Federal, Bruna Kellen Wanderley, avaliou o resultado da ação como “muito positivo”, visto que os atendimentos fluíram como o planejado, garantindo o atendimento às famílias no número anteriormente planejado. “Os médicos que se dispuseram a atender não foram remunerados e se doaram por completo ao trabalho, o que nos deixa extremamente gratificados”, disse. “E os órgãos públicos que se somaram deram um bom suporte às famílias”, finalizou.

Além de cinco médicos neuropediatras responsáveis por atender as famílias, também participaram da ação representantes do Projeto Acolher Quem Cuida; da Sociedade Pestallozzi Arapiraca; SMTT e do Instituto de Identificação.